A construção da Homeopatia ocorreu primeiro pela observação dos fatos e posteriormente pela experimentação das drogas. Em 1790, Hahnemann, que já há algum tempo havia abandonado a prática médica por considerá-la prejudicial às criaturas, mantinha sua família à custa de traduções de obras médicas e literárias. Traduzindo para o alemão o “Tratado de Matéria Médica de W. Cullen”, onde o autor relatava que a intoxicação por China officinalis causava os mesmos sintomas da febre malárica e que essa planta era usada no tratamento da malária, resolveu experimentar tal planta, ingerindo aproximadamente 13g de quina duas vezes ao dia. Descreveu seus sintomas com riqueza de detalhes e concluiu que a quina não curava febres intermitentes por ser droga amarga e adstringente como se supunha, mas sim porque produzia no homem saudável sintomas parecidos ao da febre intermitente. O que produz sintomas é capaz de curá-los, é o princípio da semelhança – semelhante cura semelhante. Nos anos seguintes Hahnemann experimentou mais de noventa e nove drogas.

Os estudos evoluíram e pela observação notou que as substâncias grandemente diluídas e potencializadas produziam estímulos maiores no organismo, obtendo-se uma resposta melhor. Daí o uso de medicamentos altamente diluídos.

“…Cada potência que atua sobre a vitalidade, cada medicamento, afeta mais ou menos a força vital e causa certa alteração na saúde do indivíduo por um período mais longo ou mais curto. … À sua ação a nossa força vital procura opor sua própria energia. Esta ação resistente é uma propriedade e, de fato, uma ação automática de nosso poder de preservar a vida, chamada de ação secundária ou reação.”

“…Contudo, uma ação contrária secundária certa, não se deverá notar na ação de doses homeopáticas mínimas dos agentes perturbadores no corpo são. Uma pequena dose de cada uma delas produz, certamente uma ação primária que é perceptível ao observador atento; mas o organismo vivo emprega contra ela somente a reação que for necessária para o restabelecimento do estado normal.”

“…No tratamento antipático, o médico dá para um único sintoma incômodo, entre muitos sintomas da moléstia um remédio que se sabe produzir o oposto exato do sintoma que se tenta eliminar.”

Ao ingerir de café para evitar o sono segue-se uma excitação excessiva(ação primária), porém mais tarde ocorre certa indolência e sonolência que permanece por algum tempo (reação, ação secundária), se não for sempre removida outra vez, por pouco tempo, bebendo-se mais café. Esse seria um tratamento alopático, onde combate-se o sono com um estimulante, a reação do organismo é combater a excitação com mais sono.

“A mais importante missão do médico é restabelecer a saúde nos doentes. É o que se chama arte de curar” – Samuel Hahnemann

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